Por Nicholas Merlone
04/09/2017
“Este é o tipo de livro que, depois das lutas e derrotas de seu personagem, consola o historiador por sua investigação em ampla bibliografia e em fontes inéditas. E brinda o leitor com a narrativa da trajetória de alguém que emerge por inteiro através de suas relações políticas e intelectuais. Eis a biografia de uma época!” – afirma Lincoln Secco.
Pericás, assim, afirma que Caio Prado Júnior, a partir de quando virou marxista, deteve uma conduta crítica e independente no que se refere à postura oficial. Além disso, defendeu, a partir dos anos 1930 até o fim de sua vida, a caminhada rumo ao socialismo. Esta postura do autor, segundo Pericás, é essencial para compreender a dimensão de suas reflexões em sua trajetória.
Pericás afirma que, em 1968, o mundo presenciou ocorrências internacionais marcantes. Enquanto isso, no Brasil, ocorreu a promulgação do AI-5, com a radicalização do regime militar.
Na ocasião, as publicações comunistas ganharam perseguições. Caio Prado Júnior assim disse:” não devemos discutir a forma de lutar, e sim começar a lutar”. Por essa afirmação foi processado pela Justiça Militar de São Paulo.
Segundo Pericás, não se tratava de uma época para comemorações. Isto porque, na mesma ocasião em que Prado Júnior saía da prisão, o partido comunista sofria grandes represarias das autoridades. Vários ativistas em prol do socialismo foram assassinados pela ditadura.
Finalmente, Albert Camus via o jornalismo como trincheira de combate político. Não somente como uma mera ferramenta de transmissão de notícias, apesar dessa ferramenta ser relevante numa sociedade democrática. Pois bem, a postura de Prado Júnior de combate ao regime militar se evidencia de fato como uma trincheira de beligerância política. Prado Júnior, assim, foi um ícone da luta democrática de seu tempo. Pericás, por fim, bem representa suas ideias, reflexões e posturas.
Com efeito, uma obra que demonstra o trabalho árduo e minucioso do pesquisador. E, acima de tudo, enriquecedora que merece ser lida!
04/09/2017
Luiz Bernardo Pericás, professor de
História Contemporânea da Universidade de São Paulo (USP), faz uma biografia
política de Caio Prado Júnior (Caio Prado
Júnior: Uma Biografia Política), pela editora Boitempo, com publicação em
2016. Optei por nesta resenha tratar da obra do autor, de modo que não se
exclua a sua leitura por inteiro. Assim, além de observações e impressões
gerais, procurei também abordar com maior interesse o capítulo 11, que diz: “O
Homem Que Inventou Esse Tal de Marxismo no Brasil”. Isto porque, com razão,
referencia o cerne de seu livro referente à essência de Caio Prado Júnior.
“Este é o tipo de livro que, depois das lutas e derrotas de seu personagem, consola o historiador por sua investigação em ampla bibliografia e em fontes inéditas. E brinda o leitor com a narrativa da trajetória de alguém que emerge por inteiro através de suas relações políticas e intelectuais. Eis a biografia de uma época!” – afirma Lincoln Secco.
Em sua obra, Pericás objetiva
principalmente travar um debate político do rumo de Prado Júnior, apontando sua
militância, seus estudos de clássicos marxistas, suas viagens, sua posição
referente ao período da História do Brasil marcado pelo Governo Militar, sua
passagem pela prisão, suas relações com pensadores contemporâneos, bem como a
expressão de seus pensamentos no decorrer dos anos.
Pericás, assim, afirma que Caio Prado Júnior, a partir de quando virou marxista, deteve uma conduta crítica e independente no que se refere à postura oficial. Além disso, defendeu, a partir dos anos 1930 até o fim de sua vida, a caminhada rumo ao socialismo. Esta postura do autor, segundo Pericás, é essencial para compreender a dimensão de suas reflexões em sua trajetória.
Com efeito, teço agora algumas breves
pinceladas sobre o capítulo 11 da biografia: “O Homem Que Inventou Esse Tal de
Marxismo No Brasil”.
Pericás afirma que, em 1968, o mundo presenciou ocorrências internacionais marcantes. Enquanto isso, no Brasil, ocorreu a promulgação do AI-5, com a radicalização do regime militar.
Caio Prado Júnior, na época, decidiu
se exilar no Chile. O regime militar o via como um “subversivo”. Isto porque
era um dos mais relevantes pensadores marxistas do Brasil, além de ser filiado
ao PCB (Partido Comunista Brasileiro).
Na ocasião, as publicações comunistas ganharam perseguições. Caio Prado Júnior assim disse:” não devemos discutir a forma de lutar, e sim começar a lutar”. Por essa afirmação foi processado pela Justiça Militar de São Paulo.
Segundo Pericás, não se tratava de uma época para comemorações. Isto porque, na mesma ocasião em que Prado Júnior saía da prisão, o partido comunista sofria grandes represarias das autoridades. Vários ativistas em prol do socialismo foram assassinados pela ditadura.
Finalmente, Albert Camus via o jornalismo como trincheira de combate político. Não somente como uma mera ferramenta de transmissão de notícias, apesar dessa ferramenta ser relevante numa sociedade democrática. Pois bem, a postura de Prado Júnior de combate ao regime militar se evidencia de fato como uma trincheira de beligerância política. Prado Júnior, assim, foi um ícone da luta democrática de seu tempo. Pericás, por fim, bem representa suas ideias, reflexões e posturas.
Com efeito, uma obra que demonstra o trabalho árduo e minucioso do pesquisador. E, acima de tudo, enriquecedora que merece ser lida!
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